terça-feira, 18 de novembro de 2008

Musicoterapia e Educação Especial




A música vem sendo utilizada como cura desde os primórdios da humanidade, mas se estabeleceu como ciência somente após a Segunda Guerra Mundial. A Musicoterapia tem inúmeras aplicações, entre elas síndromes genéticas como Down, Turner e Rett, distúrbios neurológicos, distúrbios emocionais, deficiências sensoriais, visuais e auditivas, autismo, entre outras.

Principais metas da Musicoterapia na educação especial:

l Estimular a comunicação (verbal e não verbal);
l Estimular a expressão corporal, vocal e sonora (através de instrumentos musicais, dança e canto);
l Melhorar a auto-estima;
l Explorar as potencialidades e a conscientização dos próprios limites;
l Estimular a coordenação motora grossa e fina através de atividades musicais, utilizando instrumentos musicais de percussão simples;
l Melhora da orientação espacial e corporal através de vivências musicais;
l Expandir a capacidade de atenção e concentração;
l Estimular a imaginação e criatividade;
l Exercitar a memória;
l Promover um melhor relacionamento intra e interpessoal;
l Atenuar a carência afetiva através de vivências grupais;

Os objetivos gerais podem variar de acordo com as características do grupo ou indivíduo, suas necessidades e peculiaridades.
No autismo, por exemplo, a Musicoterapia atuará no desenvolvimento e estabelecimento de canais de comunicação através da música e do som, se estendendo posteriormente para a comunicação verbal. Com indivíduos portadores de déficits de aprendizagem ou atraso mental, o principal objetivo será focar a cognição e aprendizagem. Em crianças com paralisia cerebral e síndromes que envolvam déficits motores, a Musicoterapia enfocará também o uso de ritmos e instrumentos musicais, agindo tanto como estímulo à comunicação e cognição como na melhora da motricidade.
Na deficiência visual, a música age como excelente forma de expressão e estimulação, auxiliando a localização espacial, a cognição e raciocínio e permitindo a expressão de conteúdos internos de uma forma não verbal. Já na deficiência auditiva, a Musicoterapia trabalha com o tato utilizando vibrações sonoras e instrumentos musicais como material estimulador.
Independente das necessidades provenientes de cada patologia citada acima, a Musicoterapia valoriza a expressão de cada indivíduo, respeitando suas particularidades e auxiliando-o em suas dificuldades, como um ser global.
Os métodos e materiais utilizados serão: a voz, o corpo, instrumentos musicais de fácil manejo e execução, materiais lúdicos-educativos e, ocasionalmente, aparelho de som e CDs específicos.

A Musicoterapia trabalha com tratamentos individuais ou em grupo. Os tratamentos individuais possibilitam um melhor conhecimento do paciente, o estabelecimento de uma relação terapêutica mais personalizada e uma aplicação mais precisa às suas necessidades. São indicadas para alguns casos de autismo, psicoses e distúrbios graves de personalidade. Os tratamentos grupais possibilitam o aprofundamento do autoconhecimento do paciente, mudanças no afeto, cognição e comportamentos e estimula a sociabilização. Os grupos são formados de acordo com as deficiências, idade mental e cronológica, afinidade de gostos musicais e aspectos culturais (quando possível).


BIBLIOGRAFIA

BLASCO, S. P. – Compendio de Musicoterapia; Vol. I, Empresa Editorial Herder, S.A., Barcelona, 1999.

GASTON, E. T – Tratado de Musicoterapia, Ed. Paidos, Buenos Aires, 1968.

JOURDAIN, R. – Música, Cérebro e Êxtase: Como a música captura nossa imaginação, Ed. Objetiva, Rio de Janeiro, 1998.